quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Finalidade do blog


Criar uma ponte entre o usuário e a informação é sempre um desafio para qualquer mediador, seja educador ou bibliotecário. O brasileiro em geral, quando se refere a leitura, é como o coelho do relógio em "Alice no país das maravilhas", sempre olhando o relógio. "Não tenho tempo"(tradução: não acho que a leitura seja uma prioridade em minha vida). Conversando com os alunos do Instituto CRIAR notei que vários deles já leram vários livros(inclusive uma edição enorme dos Lusíadas...fiquei impressionado por uma aluna ter me dito que leu os Lusíadas, uma leitura intrincada e de palavreado difícil.) Estes alunos deixam isto evidente pelo linguajar, pelo nível intelectual do diálogo que apresentam e pela argumentação mais concisa e a opinião formada sobre várias coisas. O resultado na formação daqueles que leram mais, deixa bem claro que a leitura faz muita diferença.
Mas como capturar mais leitores? Como colocar na vida de pessoas que fogem da leitura um habito diário e saudável de leitura? Esta é a pergunta que constantemente tem que se fazer o mediador que queira ajudar a transformar vidas.
Eu cá tenho meus métodos de armar minha teia de aranha e pegar quem passa pela biblioteca. Mas, sempre que trabalho em qualquer instituição creio que o mundinho da biblioteca é pequeno, o território é limitado e temos que capturar leitores fora dela. Nas salas de aula, nas mesas do pateo, nos bancos das áreas de lazer, no refeitório, na portaria, nas salas da administração, em todos estes lugares é possível realizar ações, pequenas e sutis, mas não tímidas, que capturem de alguma forma um novo leitor para a teia da leitura. Podemos sempre começar com nosso próprio exemplo. Talvez chegando 10 minutos mais cedo e sentando para ler em uma área da instituição onde possamos ser vistos. Parece pouco, mas 10 a 20 minutos de leitura por dia fazem uma grande diferença no numero de livros que podemos ler durante o ano. Para alguns, estes dez minutos pode até significar uma oportunidade única de parar para ler durante o dia. Nosso dia é tão cheio de imprevistos e correrias. Temos que lembrar de tantas coisas e muitas vezes esquecemos da leitura. então, Neste espaço, venho convidar aos alunos,professores, funcionários e prestadores de serviço que leiam mais, que tirem alguns minutos do almoço ou durante a rotina de trabalho para ler.
Espero ao menos ter alguns poucos aliados a princípio, mas isto pode crescer. Ví um exemplo de uma escola que instituiu os 15 minutos da leitura. Havia um sinal, e todos sabiam, por 15 minutos cada um pegava seu livro predileto e lia. A leitura é sempre um convite, como disse Daniel Pennac, o verbo ler é como o verbo amar, não se pode obrigar ninguém a amar. O amor tem que nascer de dentro e tomar conta da pessoa. Da mesma forma a leitura não pode ser obrigatória, mas tem que partir de uma necessidade visceral de adquirir conhecimento, vocabulário e de crescer pessoalmente.

Rudi Santos
Bibliotecário por vocação, otimista por opção!

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